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A Porta ao Lado

Muitos possuem um ideal de casamento monogâmico tradicional com filhos do ventre, mas não Isis (Barbara Paz) e Fred (Tulio Starling). Casados e com relacionamento aberto, os dois se mudam para um novo apartamento ao lado de Mari (Letícia Colin) e Rafa (Danilo Ferreira). Os novos vizinhos vão mostrar que aos olhos do tradicionalismo, outras realidades repletas de liberdade perturbam. Incomodam os que não têm coragem de buscar a sua liberdade.

“EU GOSTO DE GENTE, VOU FAZER O QUÊ?”

A Porta ao Lado possui direção de Julia Rezende e roteiro de L.G. Bayão e Patrícia Corso. Há uma captação de peles, corpos e carnes em sua máxima essência, cultuando-os e não os sexualizando a troco de nada. Tudo é significativo, singelo e intenso. De início, a montagem de Maria Rezende nos apresenta através de passagens de tempo não lineares o relacionamento de Mari e Rafa.

Há uma atenção aos planos detalhes, nos transportando não só para a relação dos personagens, também para o ambiente e a vida de todos. Flores levam tempo para florescer, iogurte cai no tapete, teias que nos levam a refletir junto à diálogos profundos, que numa vida a dois exige do singular e do casal.

Com o passar do tempo numa vida comum, torna-se mais fácil se colocar numa zona de conforto do dia a dia e dos sentimentos. Mas com a chegada do novo, há um flerte com o desconhecido. Mari opta pela facilidade de ir atrás do sentimento de início de relação a sustentar o antigo.

“A GENTE NUNCA VAI SABER TUDO SOBRE O OUTRO”

Somos convidados a nos questionar até onde conhecemos nossas vontades e se o que é certo é o que é esperado de nós. Ao acompanhar a construção e destruição do casal, constata-se que não devemos deixar de fazer nada por alguém. Em meio a tabus sendo desconstruídos através de um voyerismo, fruto de uma curiosidade, a abertura ao novo revela que nada vai ser igual ao início. Numa vida a dois é preciso fazer sacrifícios, mas também é preciso dar espaço e não sufocar.

“TUDO O QUE É NOVO FAZ A GENTE SE SENTIR VIVO, UM POUCO… NÃO QUER DIZER QUE É BOM”

Com uma direção de arte que nos convida a morar nos calorosos e aconchegantes ambientes, somada a uma trilha sonora que caminha entre Duda Beat aos quadros de Liniker, Julia nos traz uma carta aberta, revelando que o gramado do vizinho não é mais verde que o nosso e que não existe casamento perfeito.

Você encontra A Porta ao Lado em breve nos cinemas.

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Até o próximo texto.

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