No último sábado, dia 6 de outubro, o Festival do Rio se iluminou com a estreia de “BELA LX-404,” o aguardado curta-metragem roteirizado e dirigido por Luiza Botelho. Mesmo que a exibição não estivesse na competição oficial, o filme brilhou como uma das atrações mais emocionantes do evento, servindo também como uma homenagem à lendária atriz Léa Garcia, cuja perda recente deixa uma ausência imensurável no cinema brasileiro.
Léa Garcia, aos 89 anos, deu vida a Bela LX-404, uma robô sensual adquirida por um senhor solitário, Seu William (Thiago Justino). A escolha de Léa para este papel – um robô com toques de sensualidade – não só desafia as expectativas de William, mas também do público. Em uma atuação que mescla humor, humanidade e uma pitada de ironia, Léa cativa do início ao fim. A própria atriz confessou se divertir extremamente com o papel, o que transparece em cada cena, tornando sua atuação ainda mais cativante.
A trama, que começa de maneira quase cômica com a surpresa de William ao receber uma robô com mais idade que a jovem atraente que esperava, evolui para uma reflexão mais profunda sobre as relações humanas, solidão e aceitação. No enredo, Henrique Bulhões se destaca como o porteiro Zezinho, cuja interação com Bela e William adiciona camadas de complexidade e sensibilidade ao filme.
A direção de Luiza Botelho é um tributo apropriado a seu pai, e uma mostra promissora de seu próprio talento cinematográfico. A escolha do ano dos robôs e do estilo futurista é sustentada pelo trabalho de iluminação, que desempenha um papel fundamental em transportar o espectador para um futuro onde a tecnologia e as relações humanas se entrelaçam de maneira inesperada.
Os efeitos visuais, especialmente as telas tecnológicas futuristas, são dignos de nota e adicionam uma camada de autenticidade ao cenário futurista do filme. A pós-produção faz uma ponte perfeita entre os elementos humanos e tecnológicos da obra, sem nunca tirar o foco das performances emocionantes e do desenvolvimento de personagem.
BELA LX-404 é uma bela despedida para Léa Garcia, oferecendo uma última chance de apreciar o brilho e a versatilidade de uma atriz que deixou um legado inestimável. O curta-metragem combina humor, emoção e inovação, deixando o público não apenas entretido, mas também reflexivo sobre as complexidades das relações humanas em um mundo dominado pela tecnologia.
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