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Conclave

Conclave, a mais recente adaptação do renomado livro de Robert Harris, sob a direção de Edward Berger, e que teve passagem no Festival do Rio de 2024 como uma das grandes surpresas e logo se destacou como um forte concorrente em premiações, incluindo o Globo de Ouro. Com um elenco de peso liderado por Ralph Fiennes e Isabella Rossellini, o filme nos transporta para os segredos e intrigas que permeiam o processo de escolha de um novo papa, um evento que ocorre nas sombras da Capela Sistina, entre cédulas queimadas e fumaças brancas.

“O trono da Santa Fe está vago”

A trama se desenrola após a morte inesperada de um amado papa, quando o Cardeal Thomas Lawrence (Fiennes) é incumbido da imensa responsabilidade de conduzir o conclave, uma tradição de isolamento e sigilo que remonta a oito séculos. Em um ambiente repleto de pressões internas, Lawrence rapidamente percebe que não está apenas lidando com a escolha de um novo líder espiritual, mas se vê imerso em um labirinto de conspirações e segredos que podem abalar os alicerces da Igreja Católica.

A direção de Edward Berger captura a tensão palpável nos corredores do Vaticano, do silêncio reverente da Capela Sistina aos sussurros estratégicos de líderes ambiciosos. O roteiro de Peter Straughan equilibra diálogos instigantes com momentos de reflexão sobre o papel da Igreja na contemporaneidade.

“40 anos sem papa italiano”

Um dos pontos fortes de “Conclave” é, sem dúvida, sua direção de arte e fotografia. A atmosfera única do Vaticano é retratada com riqueza de detalhes, criando um cenário que não apenas serve como pano de fundo, mas como um personagem à parte que influencia o desenrolar da história. Por outro lado, o filme também provoca controvérsias. A reação do bispo norte-americano Robert Barron, que pediu boicote ao longa, ilustra o impacto que Conclave pode ter sobre o público católico. Sua crítica, que destaca uma visão negativa da hierarquia da Igreja, aponta para um nervo exposto: as dinâmicas internas da instituição. No entanto, é exatamente essa divisão interna entre progressistas e tradicionalistas, que o filme aborda com ousadia, que faz da narrativa um tema relevante e pertinente.

Conclave não se furta a discutir temas contemporâneos como o papel das mulheres na Igreja e as mudanças sociais que estão em jogo. Ao colocar seus personagens em situações que desafiam a ordem tradicional, o filme convida o espectador a refletir sobre a necessidade de adaptação e transformação em uma instituição histórica. Embora o filme abrace uma perspectiva crítica, ele também é um convite ao diálogo sobre estes temas, uma jornada que esmiúça o ethos da Igreja Católica contemporânea. As atuações de Fiennes e Rossellini são potentes, trazendo profundidade e complexidade a personagens que navegam neste mar de ambição e fé.

Em suma, Conclave é uma obra cinematográfica audaciosa e visualmente impressionante que, além de contar uma história intrigante, provoca reflexões sobre questões contemporâneas e a essência do poder.

Você encontra Conclave a partir do dia 23 de Janeiro nos Cinemas.

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