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Premonição 6: Laços de Sangue — A Morte Nunca Esquece

A franquia Premonição sempre teve um pacto com o espectador: provocar calafrios existenciais por meio de acidentes improváveis e mortes inevitáveis. Quem assistiu aos filmes anteriores sabe do que estou falando — é impossível não acelerar o passo ao ver um caminhão de toras pela frente ou repensar a ideia de entrar numa cama de bronzeamento. Com Laços de Sangue, sexto capítulo da saga, esse pacto é renovado com sangue, medo e um inesperado toque de emoção familiar.

Dirigido por Zach Lipovsky e Adam B. Stein, e com roteiro assinado por Guy Busick (Pânico 5 e 6), Lori Evans Taylor e Jon Watts, o novo filme surpreende ao deixar de lado os grupos de amigos e apostar em uma narrativa centrada numa família assombrada por uma maldição transgeracional. A jovem Stefanie (Kaitlyn Santa Juana) começa a ter visões brutais envolvendo a morte dos seus entes queridos. Buscando respostas, ela retorna às suas origens e encontra na avó Iris (vivida por Gabrielle Rose e por Brec Bassinger, em flashbacks) o fio da meada de um trauma que remonta aos anos 60 — uma era em que o destino também tentou, em vão, ser burlado.

O que eleva Laços de Sangue entre os melhores da franquia em relação aos últimos é justamente o roteiro: coeso, bem ritmado e emocionalmente ancorado. As mortes aqui voltam a ter um propósito. Não são apenas acidentes mirabolantes — são presságios cuidadosamente arquitetados para mexer com o imaginário do espectador. Você sai da sala de cinema pensando duas vezes antes de fazer um churrasco ou até ir à um hospital. A sensação de vulnerabilidade retorna com força.

A trilha sonora é outro trunfo do filme. Ela age como prenúncio, criando uma tensão que pulsa como um batimento cardíaco prestes a parar. Já a direção, apesar de competente na condução dos sustos, peca por um excesso de artificialidade em suas sequências iniciais — em especial na cena da torre, onde a computação gráfica compromete a imersão.

Mas Laços de Sangue não é só sobre sustos. É também sobre legado. Ao trazer de volta Tony Todd como o icônico JB — agora com uma história de origem revelada —, o longa amarra pontas soltas e oferece aos fãs da franquia uma recompensa tardia: a compreensão de que a Morte, neste universo, é uma entidade impessoal, mas vigilante. JB é o elo entre gerações de sobreviventes e também um lembrete de que ninguém escapa para sempre.

Ao optar por um elo de sangue como núcleo emocional, Premonição 6 revigora sua mitologia e reafirma sua relevância. É um retorno digno, sangrento e, acima de tudo, eficaz. Porque o que realmente marca um bom filme Premonição não é apenas como se morre — mas o quanto essas mortes nos fazem temer pela nossa própria vida e pensa-las no cotidiano.

Você encontra Premonição 6- Laços de Sangue nos Cinemas a partir do próxima quinta-feira (15 de Maio).

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