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Maria – A Resiliente Voz da Tragédia e a Força de Angelina Jolie

O fascinante mundo da ópera e a trágica vida de sua maior estrela, Maria Callas, ganham vida no drama biográfico Maria, dirigido por Pablo Larraín e roteirizado por Steven Knight. Conhecido por trazer à grande tela histórias complexas de mulheres notáveis, como visto em Jackie e Spencer, Larraín oferece, mais uma vez, uma narrativa envolvente ao lado do roteirista Steven Knight. A interpretação de Angelina Jolie como protagonista promete ser uma  grande atuação para o ano, potencialmente direcionada a uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

Maria se concentra na última semana de vida da lendária soprano greco-americana, cuja carreira foi marcada por uma técnica de bel canto impecável, um poderoso alcance vocal e interpretações psicológicas profundas. Através da delicada direção de Larraín, acompanhamos Callas não apenas em seu ofício, mas também nos delírios causados pelo abuso de Mandrax, que combinados com uma vida solitária contrastam intensamente com seu amor pela adoração do público.

“Não estou com fome. Venho aos restaurantes para ser adorada.”

A trama mergulha em questões íntimas, revelando os efeitos devastadores da solidão de Callas e seu amor complexo pelo magnata Aristotle Onassis. A atuação de Jolie é destacada não apenas pelos treinos extensivos que a atriz passou para capturar a postura, respiração, sotaque e o próprio canto de Callas, mas também pela sua habilidade em transmitir a angústia e vulnerabilidade da cantora nos seus momentos mais debilitados. A performance de Jolie é sutil e poderosa.

O filme se diferencia pela sua construção visual. A fotografia e montagem são combinadas, alternando entre filmagens em preto e branco e cenas coloridas. Os closes de Maria e os vídeos históricos de suas apresentações trazem uma autenticidade que mergulha o espectador na realidade daquele tempo. As cenas de ópera são meticulosamente recriadas, transportando o público aos memoráveis palcos de Londres, Milão, e Paris. É importante notar também as performances de Haluk Bilginer e Valeria Golino, que, como personagens secundários, acrescentam camadas adicionais ao drama da vida real de Callas. Eles complementam a jornada emocional de Maria.

Maria vai além de apenas uma simples biografia; é um retrato sensível de uma mulher cuja vida foi tão cheia de glórias quanto de dores. Pablo Larraín e Angelina Jolie criaram uma obra que não só honra a memória de Maria Callas, mas também evidencia a complexidade de seu legado.

Com a temporada de prêmios se aproximando, é justo afirmar que Maria posiciona-se como um concorrente, especialmente nas categorias de Melhor Atriz e quem sabe Melhor Direção. A performance de Jolie já garantiu uma indicação ao Globo de Ouro. Em suma, “Maria” é um filme que oferece uma visão rara e intimista de uma das vozes mais icônicas da ópera mundial e apresenta um trabalho cinematográfico que é, ao mesmo tempo, visualmente deslumbrante e emocionalmente impactante.

Você encontra Maria a partir do dia 16 de Janeiro nos Cinemas.

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Até o próximo texto.