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Emilia Perez

Destaque no Festival de Cannes, “Emília Pérez” é uma das apostas mais fortes da França para a próxima edição do Oscar, na categoria de Melhor Filme Internacional. O longa, que será lançado nos cinemas brasileiros apenas em 2025, conquistou premiações e aclamação da crítica. Recentemente, abriu a 26ª edição do Festival do Rio, com sessões esgotadas, refletindo o grande entusiasmo em torno da produção.

Dirigido por Jacques Audiard (conhecido por “Ferrugem e Osso” e “O Profeta”), o filme foi rodado no México e é majoritariamente falado em espanhol. Emília Pérez mescla elementos de drama mexicano policial e musical para contar a história entrelaçada entre dois indivíduos em busca de um futuro mais promissor: Manitas del Monte (vivido por Karla Sofía Gascón, atriz espanhola de “Rebelde”), um chefe de cartel de drogas que sonha em se tornar mulher, e Rita Moro Castro (interpretada por Zoë Saldaña, de “Avatar: O Caminho da Água” e “Crash”), uma advogada desprestigiada que vê na oferta de ajudar Manitas uma chance de transformar sua própria vida.

O pacto entre eles exige que Manitas abandone seu passado no tráfico, incluindo sua família. Para Rita, a responsabilidade de resolver os detalhes práticos do plano gera uma sensação de urgência, que se reflete na narrativa acelerada do filme. Logo, Manitas se torna Emília Pérez, uma transformação que não só muda a vida de Rita, mas também impacta as vidas de outras duas mulheres: Jessi (Selena Gomez, de “Only Murders in the Building” e “Os Feiticeiros de Waverly Place”), a viúva de Manitas, que se vê presa numa mentira ao tentar viver com Emília, e Epifanía (Adriana Paz, de “Vis a Vis”), que, na busca por redenção, inicia uma organização de ajuda às pessoas desaparecidas, uma vez que o México é um dos países em que mais há desaparecidos.

Emília Pérez explora as jornadas de autodescobrimento dessas mulheres: Emília enfrenta a realidade de finalmente viver seu sonho, Rita navega a complexidade de alcançar sucesso e descobrir seu vazio internalizado, Jessi tenta reencontrar a felicidade com outro homem (Edgar Ramírez), e Epifanía aprende a viver sem medo e a amar novamente.

A música é um elemento central do filme, inserido organicamente na narrativa para reforçar emoções e temas. Diferente dos musicais clássicos como Moulin Rouge, Mamma Mia, ou até Os Miseráveis, a trilha sonora de Emília Pérez provoca uma ampla gama de sentimentos, desde intimidação e impacto até o desconforto.

Vale ressaltar que a fotografia e a coreografia são pontos altos do filme, enriquecendo ainda mais a experiência. A direção de fotografia captura as nuances das paisagens mexicanas e os momentos mais íntimos das personagens, enquanto as coreografias adicionam uma camada extra de expressividade e dinamismo às cenas. Não é à toa que Karla Sofía Gascón foi laureada com o prêmio de Melhor Atriz em Cannes, uma vitória que sublinha a força e a profundidade das atuações que caracterizam o longa-metragem Emília Pérez.

Com sua abordagem inovadora e rica em nuances humanas, Emília Pérez promete não apenas ser um forte concorrente em festivais internacionais, mas também conquistar o coração do público ao explorar temas universais de identidade, transformação e redenção.

 

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Até o próximo texto.

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Uma Família Não Tão Feliz

Na próxima quinta-feira (4 de Abril) chega aos cinemas o filme “Uma Família Feliz”. Onde se revela um intrincado enredo centrado em Eva, uma jovem mãe confrontada com a devastadora realidade da depressão pós-parto em meio a uma comunidade que rapidamente se vira contra ela. Com o roteiro e argumento escritos por Raphael Montes e dirigido por José Eduardo Belmonte, o filme mergulha os espectadores em uma trama sombria acentuada por um trabalho meticuloso de iluminação. Com atuações impactantes de Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini, a narrativa desvenda as tensões familiares e os segredos ocultos que ameaçam a aparente harmonia da vida de Eva.

Em “Uma Família Feliz”, a influência de “Aos Teus Olhos” de 2017, roteirizado por Lucas Paraíso, é perceptível tanto visualmente – do cartaz do filme à construção narrativa – quanto em seu cerne emocional. O filme aborda de forma marcante a perigosa dinâmica do linchamento público e da destruição da vida de um indivíduo à medida que a comunidade se fecha em torno de suspeitas e juízos precipitados, sem se deter para compreender a verdade por trás dos acontecimentos.

Raphael Montes tece uma trama de suspense que mantém o espectador tenso e envolvido, revelando gradualmente os intricados segredos que permeiam a vida desta família aparentemente perfeita. O filme destaca-se pela sua capacidade de explorar as camadas mais profundas da psique humana e pela maneira como expõe a fragilidade das relações interpessoais quando submetidas à pressão do escrutínio público e à suspeita irracional.

O longa-metragem é um thriller psicológico denso e envolvente que ecoa não só os traços visuais e narrativos de “Aos Teus Olhos”, mas também a sua poderosa mensagem sobre os perigos do julgamento apressado e da destruição causada pelo linchamento público. Com uma narrativa habilmente construída e um elenco talentoso, o filme mergulha nas sombras da condição humana, revelando como os segredos guardados podem se tornar venenosos quando expostos à luz.

“Alguém tem que trabalhar de verdade enquanto a sua mãe brinca de boneca, filho.”

É preciso reforçar a invalidação e falta de reconhecimento do trabalho da mulher para além do escritório, quando se cuida da casa, do marido, de 3 crianças e ainda tem os seus projetos pessoais, de vida.

Como Raphael Montes diz: “Tenho medo do cidadão do mal, mas tenho mais medo do cidadão do bem.”

Você encontra Uma Família Feliz nos cinemas a partir de quinta-feira (4/4)

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Até o próximo texto.